top of page
  • Ajuda no Whatsapp
  • Ícone do Facebook Branco
  • instagram

RH em outubro: prioridades para 2025 e 2026

  • Foto do escritor: Carine Hattge
    Carine Hattge
  • 1 de out.
  • 4 min de leitura
ree

Em plena reta final do ano, as equipes de Recursos Humanos enfrentam o desafio de operar no “fio da navalha”: conciliar urgências — como os benefícios de fim de ano — com decisões estruturantes, que moldarão o futuro da empresa. Outubro se impõe como o momento de ajustar rotas, priorizar o planejamento e antecipar decisões estratégicas. Essa reportagem se propõe a orientar o RH sobre os principais vetores de atenção, com dados atualizados e recomendações concretas para os próximos meses.


1. Planejamento de férias: equilíbrio entre direito e demanda operacional


O risco de adiar o planejamento

Férias são um direito trabalhista — e qualquer falha de compliance pode gerar passivos trabalhistas graves. Além disso, o mau dimensionamento das ausências pode comprometer entregas, sobrecarregar equipes remanescentes e gerar descontentamento.


Situação legal e definição de prazos

Segundo a CLT, após cada período aquisitivo de doze meses de trabalho, o colaborador tem direito a até 30 dias de férias. A empresa deve concedê-las no prazo máximo de 12 meses após o término do período aquisitivo. Com a Reforma Trabalhista, o parcelamento do período de férias pode ser feito em até três partes (desde que uma das partes tenha no mínimo 14 dias e as demais, mínimo de 5 dias cada), se houver concordância do empregado. É obrigatório conceder aviso com pelo menos 30 dias de antecedência antes do início das férias.



2. Benefícios corporativos: o novo campo de competição por talentos


Crescimento esperado do orçamento

O panorama é claro: os benefícios corporativos deixaram de ser mero “adicional” para se tornar elemento central na atração, retenção e motivação de talentos. Segundo estudo da Onhappy, 62,87% das empresas planejam aumentar o orçamento destinado a benefícios em 2025. Relatórios de mercado indicam crescimento anual na ordem de 8% no segmento de benefícios corporativos. Além disso, a pesquisa “Benefícios 2024” da Robert Half destaca que muitos profissionais (cerca de 76%) gostariam de mudanças nos auxílios oferecidos pelas empresas, sendo plano de saúde, seguro de vida e participação nos lucros os mais desejados.


Padrões atuais e lacunas

Uma pesquisa apontou que 82% das empresas oferecem pelo menos dois tipos de benefícios em saúde (ex: plano de saúde, odontologia), mas apenas 17,8% oferecem pacotes “completos” — com bem-estar mental, seguro de vida e programas de saúde preventiva. Grandes organizações (com mais de 500 colaboradores), no entanto, tendem mais a oferecer pacotes robustos: 73% delas já adotavam pacotes completos de benefícios.


3. Educação corporativa: investimento estratégico em capital humano


Por que priorizar agora

O ritmo acelerado das transformações tecnológicas obriga as empresas a revisarem constantemente as habilidades internas. Competências em IA, cultura digital, adaptabilidade e inovação tendem a ser fortes diferenciais em 2026.Educação corporativa, portanto, deixa de ser custo e passa a ser elemento de resiliência estratégica.



4. Compra antecipada de benefícios de fim de ano: emergência estratégica


Por que agir agora

Os benefícios de fim de ano — como cestas natalinas, vales-presente, cartões multiuso, premiações, experiências, eventos ou gratificações específicas — costumam ter forte demanda e oferta limitada. Quem deixa para a última hora corre risco de custos inflacionados, escassez ou fornecedores sem disponibilidade.Além disso, na cultura organizacional, esses benefícios representam um momento simbólico de atenção ao colaborador: atrasos, falhas ou improvidências podem gerar frustrações negativas ampliadas.


Como estruturar a compra

  • Estime o orçamento com base no número de colaboradores, faixas salariais e histórico de adesão de anos anteriores.

  • Convoque fornecedores ainda em outubro/novembro para receber orçamentos; garanta contratos com cláusulas de backup ou contingência.

  • Negocie prazos de entrega e escalonamento (dividir entregas em dezembro, início de janeiro, etc.).

  • Considere alternativas mais flexíveis, como vouchers eletrônicos ou cartões multiuso, que permitem adaptação aos perfis dos colaboradores.

  • Atente-se à legalidade: em alguns casos, esses benefícios podem ter implicações tributárias (vale-presentes com enquadramento fiscal diferente).

  • Divulgue com antecedência interna — informe datas, regras de elegibilidade e logística de entrega.



5. Planejamento estratégico de pessoas para 2026: da antecipação à execução


A importância de começar agora

Planejar 2026 em outubro permite que RH e diretoria alinhem seus vetores de pessoas à estratégia geral da empresa com margem de manobra para revisões e ajustes, evitando decisões apressadas em dezembro.



Eixos de priorização no planejamento

  1. Metas de engajamento e retenção: definir indicadores, programas de reconhecimento e planos de ação.

  2. Mapeamento de competências futuras: identificar gaps futuros, considerando tendências como IA, automação e trabalho híbrido.

  3. Políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI): revisar metas, programas de conscientização e ações afirmativas.

  4. Modelos de trabalho híbrido e flexível: avaliar retornos, impactos e ajustes para cultura e compliance.

  5. Succession planning e liderança: identificar potenciais sucessores, treinar e fortalecer pipeline de lideranças.

  6. Monitoramento de tendências externas: acompanhar regressões (pressão inflacionária, regulamentações trabalhistas), mudanças culturais e posicionamento competitivo de benefícios.


6. Convergência entre demandas — e o papel do RH estratégico


Em 2025, a figura do RH meramente operacional não se sustenta. O gestor de pessoas precisa atuar como integrador de previsões, operações e cultura organizacional. Isso implica:

  • Antecipar decisões (como compra de benefícios, planejamento de férias e orçamentos) com base em dados e cenários.

  • Articular com finanças, operações e TI para viabilizar soluções integradas (plataformas unificadas, automação, dashboards).

  • Focar no colaborador como cliente interno: ouvir necessidades, mapear perfis e oferecer personalização dentro de padrões justos.

  • Promover cultura de transparência e comunicação, especialmente em momentos de mudança.

  • Mensurar resultados: engajamento, retenção, ROI dos investimentos em benefícios e educação, cumprimento de metas de planejamento estratégico.


Outubro não é mero passo entre setembro e novembro — é o mês de decisões estratégicas para quem deseja encerrar 2025 com solidez e entrar em 2026 com vantagem competitiva. O RH que agir agora — antecipando demandas, estruturando contratos de benefícios, definindo calendário de férias e começando o planejamento de próximo ano — ganha fôlego e controle.


Afinal, não se trata apenas de “sobreviver ao fim do ano”, mas de se posicionar como protagonista no crescimento humano da organização. Com dados, antecedência e boas práticas, o RH pode transformar outubro num mês de virada estratégica — para o benefício de colaboradores, operações e resultados.


Comentários


© 2025 Direitos Reservados
CM CONSULTORIA CONTABIL E FINANCEIRA LTDA
CNPJ: 04.848.916/0001-57

bottom of page